Para as comemorações do Dia Mundial do Lúpus em 10 de maio, a World Lupus Federation escolheu como tema: “vamos tornar o lúpus visível” (Make Lupus Visible), usando o poder das redes sociais para mostrar ao mundo as muitas faces do lúpus e o impacto desta doença autoimune debilitante.

Desde 2004, organizações em todo o mundo realizam atividades nessa data para aumentar a conscientização e educar o público sobre os sintomas e os efeitos do lúpus na saúde. Juntos, podemos fazer do lúpus uma prioridade internacional de saúde e garantir que as pessoas com lúpus em todo o mundo sejam diagnosticadas e tratadas com eficácia.

O lúpus é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, ou seja, o sistema imunológico não consegue diferenciar os agentes nocivos (vírus, bactérias, germes) dos tecidos saudáveis do corpo, criando auto anticorpos que atacam e destroem o tecido saudável. Esses auto anticorpos causam inflamação e dor e podem danificar praticamente qualquer parte do corpo, incluindo pele, coração, pulmões, rins e cérebro.

São reconhecidos quatro tipos principais de lúpus:

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é responsável por aproximadamente 70% de todos os casos de lúpus. Em aproximadamente metade deles, um órgão ou tecido importante do corpo, como coração, pulmões, rins ou cérebro, será afetado.

O lúpus cutâneo é responsável por aproximadamente 10% de todos os casos. Manifesta-se com manchas na pele, geralmente avermelhadas e principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar, como rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços.

O lúpus induzido por medicamentos, responsável por cerca de 10% dos casos, é causado por altas doses de certos medicamentos. Os sintomas são semelhantes aos do lúpus sistêmico e geralmente diminuem quando o uso da substância que o provocou é interrompido.

O lúpus neonatal é uma condição rara em que os anticorpos da mãe afetam o feto. Ao nascer, o bebê pode apresentar erupção cutânea, problemas hepáticos ou contagem baixa de células sanguíneas, mas esses sintomas geralmente desaparecem completamente após seis meses, sem efeitos duradouros.

Sintomas:

– lesões de pele: as lesões mais características são lesões avermelhadas em maçãs do rosto e dorso do nariz;
– dor e inchaço, principalmente nas articulações das mãos;
– inflamação de pleura ou pericárdio (membranas que recobrem o pulmão e coração);
– inflamação no rim;
– alterações no sangue podem ocorrer em mais da metade dos casos: diminuição de glóbulos vermelhos (anemia), de glóbulos brancos (leucopenia), de linfócitos (linfopenia) ou de plaquetas (plaquetopenia);
– menos frequentemente observam-se inflamações no cérebro, causando convulsões, alterações do comportamento (psicose) ou do nível de consciência e até queixas sugestivas de comprometimento de nervos periféricos;
– inflamações de pequenos vasos (vasculites) podem causar lesões avermelhadas e dolorosas em palma de mãos, planta de pés, no céu da boca ou em membros;
– queixas de febre sem ter infecção, emagrecimento e fraqueza são comuns quando a doença está ativa;
– manifestações nos olhos, aumento do fígado, do baço e dos gânglios também podem ocorrer em fase ativa da doença.

Tratamento:

O tratamento do lúpus depende do tipo de manifestação apresentada por cada paciente devendo, portanto, ser individualizado. Seu objetivo é permitir o controle da atividade da doença, a minimização dos efeitos colaterais dos medicamentos e uma boa qualidade de vida aos seus portadores. O reumatologista é o especialista mais indicado para fazer o tratamento e o acompanhamento desses pacientes e, quando necessário, outros especialistas devem fazer o seguimento em conjunto.

Prevenção:

Evitar fatores que podem levar ao desencadeamento da atividade do lúpus, como o sol e outras formas de radiação ultravioleta; tratar as infecções; evitar o uso de estrógenos e de outras drogas; evitar a gravidez em fase ativa da doença e evitar o estresse, são algumas condutas que os pacientes devem observar, na medida do possível.

Informações adicionais:

– o lúpus não é contagioso, nem mesmo por contato sexual;
– o lúpus não é semelhante ou relacionado ao câncer;
– o lúpus é uma doença autoimune cujo tratamento pode incluir medicamentos imunossupressores que também são usados ​​na quimioterapia;
– o lúpus não é parecido ou relacionado ao HIV (vírus da imunodeficiência humana) ou AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida). No HIV ou AIDS, o sistema imunológico é pouco ativo; no lúpus, o sistema imunológico está hiperativo;
– o lúpus pode variar de leve a fatal e sempre deve ser tratado por um médico. Com cuidados médicos adequados, a maioria dos pacientes pode levar uma vida plena.

Fontes:

Blog da Saúde

Lupus Foundation of America

Sociedade Brasileira de Reumatologia

World Lupus Federation