A Nutrição completa, em 2019, oitenta anos de história de atuação no Brasil, tendo em vista a criação do primeiro curso para formação profissional do nutricionista, em 1939, atual Curso de Graduação em Nutrição da Universidade de São Paulo (USP). Neste momento crítico que vivenciamos, quando uma das primeiras medidas do atual governo brasileiro (Medida Provisória 870/2019) foi a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), relevante entidade defensora da luta em prol da promoção da segurança alimentar e nutricional e da garantia do direito humano à alimentação saudável e sustentável, torna-se oportuna e relevante a publicação pela Revista de Nutrição (RN) de uma seção temática abordando aspectos da trajetória histórica do nutricionista no Brasil.
A seção temática já está disponível no endereço eletrônico:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1415-527320190001&lng=pt&nrm=iso
A seção temática consta de três importantes artigos. O primeiro aborda aspectos da trajetória das entidades de classe do nutricionista: A Associação Brasileira de Alimentação e Nutrição (ASBRAN), fundada em 1949; O Sistema Conselho Federal de Nutricionistas (CFN)/Conselhos Regionais de Nutricionistas (CRN), criado em 1978; e a Federação Nacional de Nutricionistas/Sindicatos de Nutricionistas (FNN), fundada em 1989. Confira no endereço: http://www.scielo.br/pdf/rn/v32/1415-5273-rn-32-e180160.pdf
O segundo artigo faz uma análise dos avanços da Política e dos Programas de Alimentação e Nutrição ao longo dos governos Lula e Dilma (2003-2016) e dos retrocessos sofridos no governo Temer (2016-2018), quando o Brasil volta a figurar no Mapa da Fome traçado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Está disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rn/v32/1415-5273-rn-32-e180161.pdf
O terceiro artigo é um ensaio crítico sobre o mercado de trabalho do nutricionista, abordando aspectos da expansão do número de profissionais, do perfil e das condições de trabalho (salário, jornada de trabalho e áreas de atuação). No cenário atual somos cerca de 150 mil nutricionistas registrados no Sistema CFN/CRNs e precisamos continuar a luta em busca de nossa identidade e legitimidade social, sobretudo, em prol da garantia do direito à alimentação saudável e sustentável para todos os brasileiros, sem distinção de gênero, etnia, ideologia, partido e classe social. Localize em: http://www.scielo.br/pdf/rn/v32/1415-5273-rn-32-e180162.pdf
Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos
Professor Titular, Programa de Pós-graduação em Nutrição, Universidade Federal de Santa Catarina