Começou ontem (10) a 50ª Sessão do Comitê de Segurança Alimentar da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (CSA – ONU/FAO). O Conselho Federal de Nutricionistas está no evento, representado pelos nutricionistas Alexsandro Wosniaki, diretor do CFN, Renata Monteiro e Alcemi Barros, conselheiros. As atividades vão até a próxima quinta-feira (13), em Roma, na Itália.
O CSA 50 é o mais importante evento sobre alimentação, produção de alimentos e segurança alimentar do planeta. Reúne representantes de mais de 50 países para discutir saídas para o grave estado de insegurança alimentar no planeta, inclusive no Brasil.
O objetivo do encontro é impulsionar o investimento responsável em agricultura sustentável e sistemas alimentares por meio de um Evento Temático Global sobre os sistema s alimentares. Além disso, o Plenário celebrará o Dia Internacional da Mulher Rural; revisará o trabalho do CSA até 2030; e dará início ao fluxo de trabalho sobre coleta e análise de dados para segurança alimentar e nutrição.
DEBATES
Na oportunidade, observadores e convidados vão debater a crise mundial de alimentos, o desenvolvimento e implementação de Sistemas Alimentares Saudáveis, o combate à fome e a má nutrição, o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no mundo.
Para Alexsandro Wosniaki, “há uma crise econômica-social, aumento da fome e do estado de insegurança alimentar e nutricional da população mundial, especialmente pelo aumento geral no preço dos alimentos. E isso precisa ser discutido de forma ampla e transparente. E a missão dos nutricionista é, também, entender essa conjuntura e apresentar saídas para a sociedade”.
Renata Monteiro destaca que os países devem pensar em novos modelos de sistema de produção de alimentos que, efetivamente, sejam promotores de segurança alimentar e nutricional, a fim de garantir o direito inalienável da alimentação. “É um desafio para todos os países do mundo. Mais ainda para o Brasil, que é o segundo maior produtor de alimentos do mundo e, ainda assim, enfrenta a chaga da fome e insegurança alimentar. Investir em políticas públicas para sanar esses problemas deve estar na ordem do dia do estado brasileiro”, declara.
Alcemi ressalta a importância do CFN no encontro, reforçando a promoção de debates sobre os sistemas alimentares justos, saudáveis e sustentáveis. “É mais que necessária a nossa intervenção, como nutricionistas, apontando soluções para a produção, abastecimento, distribuição e consumo de alimentos saudáveis, em modelos justos e que promovam e respeitem os objetivos do milênio. E, ao mesmo tempo, que garantam o Direito Humano a Alimentação Adequada e Saudável e a Soberania Alimentar e Nutricional para a sociedade”, aponta.
Membros do comitê também deram destaque aos impactos gerados pela guerra na Ucrânia, não somente sobre a produção de alimentos, mas também pelo intenso movimento imigratório para outros países da Europa, américas e as milhares de vidas perdidas no conflito.