O CRN-10 destaca os dados do 2º VIGISAN  (Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil), que revelou que o número de pessoas em insegurança alimentar grave no Brasil —ou seja, passando fome— quase duplicou em menos de dois anos. Segundo a pesquisa, divulgada no dia 8 de junho, 33,1 milhões de brasileiros se encontram nessa situação (15,5% da população). No fim de 2020, 19,1 milhões de brasileiros/as conviviam com a fome. Em números absolutos, são 14 milhões de pessoas a mais passando fome no país.

A insegurança alimentar é a condição de não ter acesso pleno e permanente a alimentos. A fome representa sua forma mais grave. A insegurança alimentar ocorre quando uma pessoa não tem acesso regular e permanente a alimentos. Ela é classificada em três níveis:

LEVE

Incerteza quanto ao acesso a alimentos em um futuro próximo e/ou quando a qualidade da alimentação já está comprometida

MODERADA

Quantidade insuficiente de alimentos

GRAVE

Privação no consumo de alimentos e fome

A pesquisa mostrou que 125,2 milhões de brasileiros vivem com algum grau de insegurança alimentar, número que corresponde a mais da metade (58,7%) da população do país. Na comparação com 2020, a insegurança alimentar aumentou em 7,2%. Já em relação a 2018, o avanço chega a 60%. Um dos itens novos nesta edição da pesquisa foi a análise da relação entre insegurança hídrica e alimentar. Das casas com dificuldades no abastecimento de água, 42% responderam que passam por situação de fome.

Lares com crianças têm mais fome

A fome dobrou nas famílias com crianças menores de 10 anos, passando de 9,4% em 2020 para 18,1% em 2022. Na presença de três ou mais pessoas com até 18 anos de idade no grupo familiar, a fome atinge 25,7% dos lares. Já nos domicílios apenas com moradores adultos a segurança alimentar chegou a 47,4%, número maior do que a média nacional.

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